Importância biológica

As microcistinas têm sido consideradas como metabolitos secundários, mesmo com a complexidade da sua estrutura. No entanto, parece estranho as cianobactérias produzirem grandes quantidades desta toxina, não tendo elas nenhum benefício.
Uma das hipóteses levantadas é que a sua produção seria importante para não haver ingestão das cianobactérias pelas células do zooplâncton. O mecanismo de reconhecimento pensado seria a existência de uma estrutura ou substância perceptível na membrana extracelular. Os organismos que ingeriam esta célula seriam, então, expostos à toxina. Estudos filogenéticos demonstram que o aparecimento das microcistinas é anterior ao dos metazoários, pelo que a ideia de defesa não faz muito sentido.[7]
Outra possível função seria a de que esta toxina funcionaria como uma substância alelopática, que concederia vantagem sobre outras espécies de cianobactérias. [8] Para tal seria necessária a existência de um mecanismo de exportação do péptido para o exterior, o que é compatível com a descoberta de um transportador McyH. Neste caso, haveria inibição das proteínas fosfatases dessas cianobactérias. No entanto, descobriu-se que as proteínas fosfatases (PP1 e PP2) das cianobactérias são resistentes às toxinas da MC-LR. Assim, poderão ser efectivamente usadas na defesa, mas não contra outras cianobactérias.
Por outro lado, em 2001, sugeriu-se que as microcistinas poderiam ter um papel importante nos processos de adaptação à luz. Tal pressuposto ficou-se a dever ao facto de que os mutantes que não produziam microcistinas apresentavam menos 20% de pigmentos fotossintéticos. [9]
Finalmente, uma das últimas hipóteses levantadas seria a de que a toxina poderia estar a actuar como um quelante intracelular, mantendo os níveis de Fe2+ livre baixos. Acredita-se ainda que as enzimas implicadas na sua síntese estão controladas pelo conteúdo de F2+ livre. Em 1997, Humble et al, comprovaram que a microcistina também se ligava ao zinco e cobre. [10]
Efectivamente, diversas hipóteses relativas à importância biológica das microcistinas foram criadas. Embora nenhuma delas seja considerada coerente entre a comunidade científica, ninguém consegue negar que há importância biológica inerente às microcistinas.
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